Por Raquel Gomes
Terça de carnaval, os tambores ressoam no Largo da Batata, canções de protesto ecoam pelo ar. Diante de pessoas tão diferentes, vozes empostam à noite uma mesma marchinha de carnaval “pela paz em todo o mundo”.
O punk mistura-se com samba de raiz; temos no palco os originais do punk carnavalizando na cidade de São Paulo, um engajamento político marcado pela espontaneidade. Enquanto o Bloco 77 toca suas marchinhas, chuviscos esvaem-se do céu misturando-se ao sorriso de gente de todo tipo.
Vestidos de brilhantina em convívio com mendigos, a rua envolve a folia com sua presença democrática, alguns pés pulam ao som de uma música punk, outros pés sambam ao som de tambores de uma marchinha que canta contra o patriotismo. Samba de raiz enreda outro ritmo, cadenciado no antifascismo, antisexismo, antipatriotismo, tal como Anderson, criador do Bloco 77, afirmou à Revista Escrita Pulsante.
Ao som deste samba-punk, a multidão na praça dança, enquanto um Pierrot qualquer junto à Colombina desconhecida inventam o amor fracionado em segundos, amor terminado no esvair do milésimo do tempo. Amor desmesurado, profanado em xavecos à la Rabelais.
A rua que dança vive o cansaço do paulistano o qual mesmo diante da chuva, na noite do dia 17/02/2015, gritou, pulou, dançou, viveu ao som do Bloco 77.
Q venha mais de 77 anos de existência, a está iníciativa-rtistica, tão vital e Legitima!,